Andei pouco pelo Brasil, mas mesmo assim o pouco andado, deu
para perceber que cinco séculos depois do descobrimento, ainda não existe um
país de “unidade nacional”, salvo a língua dita português entendida por todos, embora com particularidades
regionais germinando outra língua com raiz comum do latim. No sentido cultural
e muito menos social, essa país não chegou a sua maturidade como nação. Não
seja esse o motivo de pecado do seu povo que tem se esforçado para isso, mas
por culpa única e exclusivamente daqueles que vem exercendo o direito de
governar. E não é isso uma epidemia governamental da república. O endossamento
de interesses particulares permeia o alto poder desde os tempos coloniais. Cargos
públicos ainda hoje são repassados como se fosse um direito hereditário e não,
o exercício da vontade do povo. No pouco que andei esse país, posso dizer que
conheci muitos brasis, na sua cultura, na formação social e no apelo de
continuar existindo. Tal clamor muitas vezes não é ouvido, não porque seja um
grito tímido, mas, porque aqueles que deveriam escutar muitas vezes se fazem de
surdo à agonia de sua gente. O pouco que andei me deu a certeza de continuar
lutando como fizeram os bravos e destemidos de Guararapes na tentativa de criar uma nação.
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