segunda-feira, 22 de junho de 2009
ELA DISSE UM NOME
Dissera um nome. Antigamente havia sido só silêncio e todos se conformaram com a sua mudez. Viram-na crescer assim, apontando para as coisas quando as queria para si. Mas agora todos sabiam que não era muda porque tinha dito um nome, ali na sala, na presença de todos sem que ninguém lhe pedisse porque todos haviam aceitado a sua condição de muda. Ninguém mais esperava que ela falasse, porque antes, tinham esgotado todos os recursos para que ela aprendesse a soltar o som preso no peito. Quando ela disse a única palavra de sua vida, voltaram a criar esperanças de que ela continuasse a soltar o som. Tinha dito uma palavra e não havia mais razão para não dizer outras.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
terça-feira, 9 de junho de 2009
segunda-feira, 8 de junho de 2009
O RIO E O TEMPO
Somos
o que
arrastamos em nossa memória
o que
o corpo escondeu na pele
o resto que transborda de nós
nem a poesia
nem a ciência
dirá ao certo
o que
arrastamos em nossa memória
o que
o corpo escondeu na pele
o resto que transborda de nós
nem a poesia
nem a ciência
dirá ao certo
segunda-feira, 1 de junho de 2009
A ROSA (1)
a rosa terá
um tempo certo para viver
decompondo sua beleza
em silêncio
ela, mais tarde
será só lembrança nas minhas retinas
até que cansadas
esqueçam de sua cor
um tempo certo para viver
decompondo sua beleza
em silêncio
ela, mais tarde
será só lembrança nas minhas retinas
até que cansadas
esqueçam de sua cor
Assinar:
Postagens (Atom)